3.09.2006

A página da Mafalda

A noite dos Óscares
Este Domingo foram atribuídos pela Academia Americana mais umas dezenas de estatuetas douradas, carinhosamente apelidadas de Óscares!
Pela primeira vez desde que me conheço, não vi a cerimónia em directo nem qualquer resumo posterior. Fiquei-me pelos breves resumos dos telejornais, indiferente ao glamour que sempre me fascinou...
A verdade é que este ano não fui praticamente vezes nenhumas ao cinema... e filmes nomeados este ano, então, não vi nem um!
Já há alguns meses que um amigo me tinha dito para ver o "Crash" (vencedor do Óscar de Melhor Filme), que já saiu em dvd no final do ano passado. Tinha-me dito que era um filme muito na onda do "Magnolia" (que adoro!), e que valia mesmo a pena ver! Mas não vi ainda, e confesso que agora estou mais curiosa.

A noite dos Óscares era sempre uma festa! Ou em casa com a minha irmã (ainda mais fanática do que eu por cinema!), ou com amigas, em noitadas de pipocas e críticas mordazes a todas as actrizes magras, esbeltas, lindas e maravilhosas!
Torcia por filmes, actores, actrizes! Fazia apostas e apontava resultados!
Ria-me bastas vezes com os apresentadores e chorava nalguns discursos, como aquele inolvidável Óscar de Melhor Actriz Secundária que a Mira Sorvino ganhou em "Mighty Aphrodite" do Woody Allen, e em que chorou baba e ranho a agradecer ao pai...
Também não foram poucas as vezes em que acabava a noite frustradíssima como se não fossem apenas os meus favoritos a perder, mas eu própria...
Como é que a Gwineth Paltrow ganha um Óscar pela "Paixão de Shakespeare" e a Cate Blanchet, nomeada pelo "Elizabeth", fica impávida e serena a sorrir para as câmaras?... Como é que é possível darem um Óscar à Julia Roberts pelo "Erin Bronkovich"?...
O que me coloca outra questão... porque não eu fazer também parte do júri da Academia?

Mas mais do que fazer parte do júri, confesso que o que eu gostava mesmo era de ser actriz (;-)) e ganhar não só a estatueta mas a possibilidade de falar para milhões de pessoas!
Durante muitos anos ensaiava frente ao espelho o discurso a fazer. Hoje, qual Reese Whiterspoon de trazer por casa, cá vai:
Quero agradecer aos Membros da Academia terem-me dado a oportunidade de estar aqui a falar para os milhares de pessoas que têm a sorte de ter uma televisão para poderem assistir a esta festa, onde num só dia se gastam os milhares de dólares que alimentariam os milhões de crianças que vivem abaixo do limiar mínimo de pobreza e que não têm acesso ao pão, à saúde, à educação e a todas as outras necessidades básicas de sobrevivência. E portanto, os meus Pais e Amigos vão-me perdoar não estar aqui a agradecer-lhes tudo o que fizeram por mim, desfilando um rol de nomes, mas as minhas palavras são dirigidas à plateia que ostenta estes belos vestidos e jóias: cinema é cultura; cultura é educação e educação é evolução, mas isso não chega, ajudem quem mais precisa doando para quem de facto necessita, aquilo que, sem o menor pudor, esbanjam numa noite!
Obrigada.
MafTal

6 comentários:

Anónimo disse...

Genial. Como sempre…

Anónimo disse...

A esperança é sempre a última a morrer. Tanto para uma portuguesa ganhar um Óscar como para um dia acabar a fome no mundo. A consciência Critica que demonstra faz-nos a todos pensar.
"And the oscar goes to..."

Anónimo disse...

Tenho orgulho de ter uma prima assim!!!!Será o que eu chamo MULHER!!

Anónimo disse...

Chega p'ra lá Micá !

Quem tem todo o orgulho do Mundo nesta RAPARIGA sou eu !!

MouTal disse...

Seria uma honra para mim poder assistir a essa cena. Primeiro porque era a mãe da primeira Mulher portuguesa a receber um óscar, depois para poder ouvir tal discurso.
Só tenho pena de não acreditar que ele tivesse qualquer efeito real no mundo, no entanto, minha filha, fica a tua boa intenção.

Anónimo disse...

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